12/30/2010

SESSÃO 45

::: CICLO HISTÓRIA DO CINEMA :::

M — MATOU, de Fritz Lang



Um serial killer assusta a cidade alemã de Dusseldorf matando crianças indefesas. Escapa da polícia, mas não das mãos de organizações criminosas pertencentes ao submundo local.

O actor Peter Lorre, com um desempenho excepcional, celebrizou-se por este papel. É o primeiro filme falado do director alemão Fritz Lang, que dois anos depois se mudaria para os Estados Unidos.



Segunda-Feira, pelas 21h30, no Cine Solmar

12/26/2010

SESSÃO 44

:::CICLO NOVO CINEMA HOLANDÊS:::

CURTAS METRAGENS 3

. GAANDEWEG

Realização e argumento: Margot Schaap
Duração: 23 minutos



A vontade de Sophie está repartida entre a necessidade de partir para estudar e a vontade de ficar no seio da família.

. RIF

Realização: Eric Steegstra
Produção: John Croezen Cartoon
Duração: 12 minutos



Dois homens-rã mergulham num mundo fabuloso repleto de criaturas translúcidas e de
surpresas multicolores.

. NOTEBOEK

Realização e produção: Evelien Lohbeck
Duração: 12 minutos



Curta-metragem experimental que joga com ilusões e realidade.

. THE PHANTOM OF THE CINEMA

Realização, argumento e animação: Erik van Schaaik
Duração: 11 minutos



Esta curta-metragem de animação proporciona ao público um olhar indiscreto por detrás do ecrã. Subitamente, a fita parte-se deixando-nos ver o que se passa nos bastidores onde tudo corre mal...

. JOLANDA 23

Realização, argumento e montagem: Pim Zwier
Duração: 10 minutos



Curta-metragem que observa o acto de fotografar uma vaca. A acção pretende atingir o ideal de beleza.

--//--

Amanhã, pelas 21h30, no Cine Solmar. Entrada gratuita

12/19/2010

SESSÃO 43

::: CICLO CINEMA NO FEMININO :::

A TETA ASSUSTADA, de Claudia Llosa



Fausta sofre de uma doença que se transmite através do leite materno de mulheres que foram violadas durante a guerra civil no Perú. A guerra acabou mas Fausta continua doente, uma doença provocada pelo medo que lhe rouba a alma. Mas, agora, a morte súbita da mãe obriga-a a confrontar-se com os seus medos e os seus segredos: os truques que utiliza para se proteger de uma possível violação. Esta é a história do seu renascimento, uma longa viagem do medo para a liberdade.



Amanhã, pelas 21h30, no Cine Solmar

12/15/2010

SESSÃO 42

:::CICLO NOVO CINEMA HOLANDÊS:::

CURTAS METRAGENS 2

. NASHI

Realizador: Daya Cahen
Produção: Danila Cahen e Daya Cahen
Duração: 26 minutos



No acampamento de Verão do movimento de juventude de Putin, 10,000 jovens russos são treinados para fazer da Rússia o líder global do século XXI.

. IMPASSE

Realização: Bram Schouw
Produção: Jeroen van den Idsert Yani
Duração: 5 minutos



Sem palavras, somos levados a considerar se o amor e a atracção são capazes de vencer a intolerância humana.

. SABLE (ZAND)

Realização: Joost Van Ginkel
Produção: Helen Zwaan e Joost van Giinke
Duração: 21 minutos



Um pai camionista separado da sua filha... Uma história de amor irresistível, da sensação da areia e do lento naufrágio.

. WHIPLASHED

Realização e argumento: Arnoud Rijken
Produção: Michiel Snijders
Duração: 6 minutos



Após um acidente de carro em que a namorada morre, um homem perde a memória. Através de violentos flashbacks de memória ele descobre que afinal não é vítima do acidente, mas que está envolvido num assassinato. E ele sabe porquê.

. SUCCESS

Realização e argumento: Diederick Ebbinge
Duração: 8 minutos



Uma tragicomédia absurda sobre um homem que atinge o sucesso pessoal no dia da sua morte.

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Sábado, pelas 18h, no Cine Solmar. Entrada gratuita

12/09/2010

SESSÃO 41

:::CICLO NOVO CINEMA HOLANDÊS:::

CURTAS METRAGENS 1

. ABOUT A FISH REVOLUTION

Realizador: Margien Rogaar
Argumento: Jackeline Epskamp
Duração: 11 minutos



Curta-metragem acerca de pesca, casamento e xenofobia. Dois mundos separados reúnem-se no local de pesca de Gerard. O seu casamento perdeu o encanto, já não convive com os amigos e os peixes que apanha são pequenos demais.

. BIG BUCK BUNNY

Realização e argumento: Sascha Goedegebure
Duração: 10 minutos



Big Buck acorda e sai da sua toca e é importunado por três arruaceiros, Gimera, Frank e Rinky. Quando Gimera mata uma borboleta, Buck decide vingar-se.

. ACTIVITY CENTRE

Realização: Michael van Djik e Sjeng Schupp
Duração: 5 minutos

Horror na sala de estar.
Tudo parece estar normal, mas aos poucos as coisas estão ficando fora de controlo.

. DEN HELDER

Realização: Jorien van Nes
Argumento: Maartje Pompe van Meerdervoort
Duração: 38 minutos



Den Helder é uma cidade vulgar no norte da Holanda. Ali, assistimos à reunião fugaz de dois irmãos, Maarten, que se alistou como fuzileiro e seguirá em breve para uma missão no Líbano, e Emiel, recém-saído da prisão. Durante o pouco tempo em que estão juntos, os irmãos confrontam-se, descobrem-se, conhecem-se.

--//--

Sábado, pelas 18h, no Cine Solmar. Entrada gratuita

12/07/2010

The closet scene...

[...ou os efeitos permanentes que um tremendo clássico provocam.]



Durante aproximadamente 90 minutos, um pequeno grupo de cinéfilos de Ponta Delgada assistiu, ontem à noite, à exibição de O LÍRIO QUEBRADO, uma das obras seminais da influente carreira de David Wark Griffith.

Para além da observação dos avanços técnicos de Griffith para aquilo que hoje em dia conhecemos como "gramática do Cinema" (nomeadamente, os primeiros usos de grandes planos, travellings e flashbacks), O LÍRIO QUEBRADO possui a fabulosa interpretação de Lillian Gish — a primeira grande actriz da Sétima Arte? — que, quase 100 anos depois, não perdeu nenhuma da sua intensidade emocional.

Este facto é consubstanciado na famosa "cena do armário". Aqui, Gish representa o horror de uma rapariga (Lucy) que se contorce num espaço claustrofóbico, qual animal torturado consciente de que não existe fuga possível.



Tão ou mais interessante quanto a sequência em si, são as histórias em torno da sua rodagem. Sobre a mesma, Richard Schickel recordou:

«É desoladora e, ao mesmo tempo, avassalada pelo talento da actriz. Aparentemente, a sua histeria foi exacerbada pelos insultos que Griffith lhe lançou antes de pôr a câmara a rodar. Gish, por seu lado, afirma que os movimentos da criança torturada foram improvisados no momento e que, quando terminou a cena, toda a gente no estúdio ficou em silêncio, apenas quebrado pela exclamação de Griffith: "Meu Deus! Por que não me avistaste que ias fazer isso?!» (em D.W. Griffith: an American Film Life)

Só podemos agradecer aos "deuses" do Cinema que O LÍRIO QUEBRADO seja um filme mudo. Pois os gritos que Gish vociferou durante a filmagem da "cena do armário" atraíram dezenas de transeuntes fora do estúdio, convencidos de que alguém estava mesmo em perigo, forçando os funcionários da United Artists ao trabalho de impedirem que fosse invadido por aterrados curiosos.

São pormenores destes que originam filmes únicos, os quais, hoje em dia, só conseguem ser devidamente apreciados em ambientes cineclubistas. E o presente ciclo História do Cinema promete mais momentos assim...

Samuel Andrade

12/05/2010

Sobre O LÍRIO QUEBRADO

«A reputação de que goza D.W. Griffith nos meios académicos, apesar de ligeiramente exagerada, é contudo, isenta de contestação. Não fossem as suas contribuições, o cinema americano, e talvez mesmo o cinema mundial seriam diferentes.



O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO e INTOLERÂNCIA são merecidamente os seus filmes de maior renome, eternizados em virtude das manipulações extraordinárias da história de da montagem. No entanto, outra das suas obras, O LÍRIO QUEBRADO, destaca-se por entre os seus trabalhos, e é sem dúvida, a mais bela das suas películas. Esta terna e trágica história de amor e sofrimento traz o romance místico entre uma jovem abandonada nos bairros de Londres e um jovem chinês que viaja por Inglaterra espalhando a filosofia oriental.

Este é o filme mais sério, poético e dramático de Griffith, adaptado do livro '
Limehouse Nights', de Thomas Burke. Lillian Gish tem uma grande interpretação, como a jovem de quinze anos de idade, assustada com a sua vida miserável. Este filme foi rodado em apenas três semanas e, apesar do orçamento modesto, foi um grande sucesso de crítica e público. De certo modo este filme fez com que a crítica não considerasse tanto a imagem de racista que ficou impregnada em D. W. Griffith.»

My One Thousand Movies

12/02/2010

SESSÃO 40

::: CICLO HISTÓRIA DO CINEMA :::

O LÍRIO QUEBRADO, de D.W. Griffith



O mais famoso filme de D.W. Griffith ao lado de O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (1915) e INTOLERÂNCIA (1916).

Trocando a dimensão épica e espectacular dos primeiros por um lirismo exacerbado, O LÍRIO QUEBRADO, à época considerado "a primeira genuína tragédia do Cinema" (Photoplay), tem uma rara intensidade emocional, sublinhada por uma atmosfera visual que fez história. Foi a primeira experiência para cinema do fotógrafo Hendrik Sartov, responsável pelos planos de imagens difusas que tornaram célebre a fotografia do filme.

Três interpretações inesquecíveis: Lillian Gish, Richard Barthelmess e Donald Crisp.

12/01/2010

SESSÃO 39

:::CICLO NOVO CINEMA HOLANDÊS:::

ZOO RANGERS IN SOUTH AMERICA, de Johan Nijenhuis



Quando é dada aos Zoo Rangers a missão de encontrar, na América do Sul, uma borboleta extremamente rara, estes dividem-se em dois grupos. Enquanto um vai ao encontro dos membros da expedição que primeiro descobriu as borboletas, o outro avança para a floresta tropical em busca dos espécimes. Ambos os grupos se deparam com perigos e aventuras – crocodilos, tarântulas, uma competição de tango, um macaco apaixonado, uma manada em fuga, uma turma de crianças brasileiras…

Os Zoo Rangers acabam por descobrir as verdadeiras e criminosas intenções da cliente que contratou os seus serviços, intenções que podem levar à completa destruição da floresta tropical.



Sábado, pelas 18h, no Cine Solmar.

11/23/2010

SESSÃO 38

:::CICLO NOVO CINEMA HOLANDÊS:::

LOVE IS ALL, de Joram Lürsen



O amor é como o Pai Natal: é preciso acreditar que ele existe, caso contrário não funciona.

Após a infidelidade do marido com a professora do seu filho, Klaasje apaixona-se por um Don Juan adolescente. A sua melhor amiga, Simone, parece viver um matrimónio feliz, mas a sua incansável busca pela perfeição está a produzir efeitos menos positivos no seu casamento. Kiki também está apaixonada, e alimenta um romance com Valentijn, o príncipe mais elegível da família real holandesa. Kees, um agente funerário, e Victor, um salva-vidas, estão apaixonados. Planeiam casar-se em breve, mas agora Kees começa a pensar duas vezes...



Sábado, pelas 18h, no Cine Solmar.

10/13/2010

Sinal de Alerta, um filme para amar


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Passados cerca de nove meses desde o início das actividades deste cineclube, acabo de eleger os três melhores filmes que por aqui já passaram( na minha perspectiva muito particular já que houve alguns que não vi) O primeiro foi "As praias de Agnés" de Agnés Varda, o segundo "Persepólis" de Marjane Satrapi e finalmente o terceiro que vi na passada segunda feira, "Sinal de Alerta" de Andrea Arnold. É engraçado e só agora acabei de me aperceber disso, que pertençam todos ao ciclo de mulheres realizadoras. Mas é sobre este último que me quero debruçar em poucas palavras embora o Samuel Andrade já tenha dito o que era preciso dizer. Em primeiro lugar a tensão que percorre todo o filme e que mantém o espectador preso à cadeira e ao ecrã. Ao mesmo tempo fá-lo vibrar e sentir-se desconfortável (eu nao consegui ficar quieto na minha cadeira). Depois o crescendo até o desfecho de que só gradualmente nos aproximamos.

A própria história é extremamente bem contada, equilibrada, sem nada a mais nem a menos. E finalmente o desempenho dos actores, principalmente os dois protagonistas, os actores escoceses Kate Dikie e Tony Curran que são inexcedíveis. Há ainda um outro factor que é a paisagem urbana da periferia de Glasgow, sobretudo os edificios gigantescos da Red Road(nome original do filme) que desempenham um papel crucial, bem como a parede de ecrãs de vigilância , o local de trabalho de Jackie . Grande filme.

Mário Roberto


10/12/2010

SINAL DE ALERTA (2006), de Andrea Arnold



Manipulador e inquietante, SINAL DE ALERTA explora duas linhas narrativas que se revelam, simultaneamente, autónomas e interactivas: o descontrolo emocional da sua protagonista, Jackie (Kate Dickie, que nos faz lembrar uma jovem Helen Mirren), e a peculiar análise às consequências da segurança urbana na presente era digital, marcada pela omnipresente tecnologia que acompanha, na sua quase totalidade, o nosso paradeiro quotidiano.

O mérito desse feito vai, indiscutivelmente, para a realizadora Andrea Arnold. Esta sua primeira longa-metragem coloca o espectador numa zona de desconforto logo a partir dos primeiros minutos, situando-o numa sala iluminada pelas imagens provenientes dos monitores de vigilância que Jackie controla, destacando câmara após câmara num ecrã principal, tentando vislumbrar actividades suspeitas num cenário aparentemente interminável — a saber, um desolador bairro social de Glasgow, cuja arquitectura consegue ser, por si só, personagem em SINAL DE ALERTA.



Alternando os vários pontos de vista que se lhe deparam, Jackie deixa-se cativar e entreter por histórias da vida real, como o homem que passeia uma cadela debilitada fisicamente ou o entusiástico talento para a dança de uma empregada de limpeza. Contudo, a segurança urbana é a sua prioridade e, um dia, observa, com apreensão, a perseguição movida por um homem a uma mulher num beco mal iluminado. «Falso alarme», informa ela a um segurança, quando percebe que o casal apenas procura local recôndito para um fortuito encontro sexual.

Subitamente (num brilhante momento de horror voyeurístico que invejaria Brian De Palma), Jackie agarra o joystick da câmara de vigilância e efectua zoom sobre o homem (Tony Curran, num registo imprevisível) que veste as calças. Através daquela "janela" digital, vislumbra-se um rosto que ela aparenta reconhecer. Um rosto pelo qual ficará obcecada e devastada. Rapidamente, começa a vigiar este indivíduo, percebendo a sua rotina diária e memorizando as suas acções. Não tarda que da mera perseguição vídeo, ela inicie a interacção com este desconhecido que está relacionado com algum episódio amargo do passado de Jackie e, para o espectador, a compreensão deste estranho comportamento.



A princípio, SINAL DE ALERTA parece ser uma obra sobre a natureza de quem observa, impunemente, a vida de quem não sabe estar a ser observado. Andrea Arnold, pouco interessada em espicaçar opiniões sobre a crescente ausência de privacidade nas sociedades modernas, constrói um thriller suportado numa contida e minimalista (adjectivos que também descrevem a natureza técnica do filme) descoberta das motivações de Jackie, e não em cansativas sequências de acção vertiginosa ou sustos gratuitos. A nossa pressão arterial aumenta com a representação do conflito quase impassivo entre as duas personagens — que culmina numa sequência de forte carga sexual extraordinariamente perturbadora e ambígua. Ou na forma como a cineasta nos transforma no mesmo tipo de voyeur que Jackie é durante grande parte do filme, aumentando o nosso já referido desconforto através de um "vocabulário" cinematográfico constituído por monitores desfocados, fotografia agressiva e trabalho de câmara "irrequieto".

Pouco dependente de diálogos e, a certa altura, ameaçando perder-se em demasiados sub-plots, a narrativa de SINAL DE ALERTA acaba por se revelar admiravelmente coesa. Tudo se conjuga no final, em grande parte pelo desempenho de Kate Dickie — é incompreensível que não possua uma carreira mais notória — numa fascinante demonstração de força e mágoa.

Samuel Andrade

8/27/2010

SESSÃO 25

Na próxima sessão iniciamos um novo ciclo, desta vez, dedicado ao documentário sobre artes plásticas.
Neste ciclo serão apresentadas documentários sobre ANTÓNIO PALOLO, MÁRIO ELÓI, EDUARDO BATARDA, JULIÃO SARMENTO, FERNANDO LANHAS, FERNANDO CALHAU, JOÃO PENALVA, JOSÉ PEDRO CROFT, ANA HATHERLY, ANTÓNIO SENA, PEDRO CABRITA REIS, JOSÉ GUIMARÃES, JOÃO LOURO, HELENA ALMEIDA, JOANA VASCONCELOS, JOSÉ PEDRO CROFT, MICHAEL BIBERSTEIN e ANA JOTTA entre muitos outros.

Contamos com a vossa presença.

7/27/2010

PROGRAMAÇÃO > AGOSTO

Em Agosto o 9500 Cineclube iniciará dois novos ciclos.

O primeiro, denominado “Saudades da Terra”, a lançar já no próximo dia 2 de Agosto com o filme Adeus Pai, de Luís Filipe Rocha, será dedicado aos filmes produzidos ou rodados nos Açores.

30 de Agosto marcará o arranque de um extenso ciclo dedicado às Artes Plásticas com a exibição de Pelas Sombras de Catarina Mourão, um documentário sobre a obra de Lourdes Castro.


2 de Agosto
Cine Solmar > 21h30

CICLO SAUDADES DA TERRA

ADEUS PAI

Realizador: Luís Filipe Rocha
Género:
Drama
Ano: 1996
Com: José Afonso Pimentel, João Lagarto, Laura Soveral

SINOPSE:
Não é só para Filipe – que, aos 13 anos, consegue realizar o sonho de conhecer melhor o pai, Manuel, numa fantástica viagem aos Açores. É também para a dona da pensão, às voltas com o retrato do pai, de quem não se lembra, omnipresente na parede da sala; e para os novos amigos do adolescente, que vão cruzar o oceano em busca do progenitor. Cada personagem de “Adeus, Pai” tem o seu próprio pai por resolver. E Filipe nem sequer é dos que se safam pior.
A surpresa de ver o pai chegar-lhe à cama, dizendo que vão de férias juntos – pela primeira vez na vida; a primeira desilusão quando, à chegada, o pai compra um monte de jornais; as confissões e intimidades; as
brincadeiras e disparates de ambos no cenário onírico dos Açores.
Mas se tudo isto é um sonho tornado realidade para o rapaz de Lisboa, às vezes a realidade prega-nos partidas que se evitam sonhando.


16 de Agosto
Cine Solmar > 21h30


CICLO CINEMA NO FEMININO

EU, TU E TODOS OS QUE CONHECEMOS
Realizador: Miranda July
Género: Comédia Dramática
Ano: 2005
Com: John Hawkes, Miranda July, Miles Thompson

SINOPSE:
Christine Jesperson é uma artista solitária que usa as suas visões artísticas fantásticas para atrair as suas aspirações e os seus objectos de desejo para mais perto de si. Richard Swersey (John Hawkes), um recém-divorciado e pai de dois rapazes, está preparado para acontecerem coisas extraordinárias. Mas quando conhece a cativante Christine, entra em pânico. A vida não é tão clara para Robby, o filho de 7 anos de Richard, que está a viver um romance na internet com uma estranha e o seu irmão de 14 anos, Peter, que se transforma na cobaia das raparigas da vizinhança que com ele praticam para os seus futuros romances e casamentos. Todos procuram laços através de caminhos difíceis e encontram redenção em pequenos momentos que os ligam a alguém na terra.


30 de Agosto
Cine Solmar > 21h30


CICLO ARTES PLÁSTICAS

PELAS SOMBRAS
Realizador: Catarina Mourão
Argumento: Catarina Mourão, Lourdes Castro
Género: Documentário
Ano: 2010

SINOPSE:
Um filme que nos faz mergulhar no universo de Lourdes Castro, mostrando-a no seu quotidiano, na casa que construiu com Manuel Zimbro (falecido em 2003) na Madeira.
"Vem ver a pintura que estou a fazer. Um bocado grande, não cabe em museu nenhum. E tão pequena, tão pequenina que todos que passam por aqui nem dão por isso. Uma tela com forma esquisita. O que vale é que não é preciso esticá-la. Por si só, ela está sempre pronta a receber pinceladas, ventos, estações, chuva, sol....".
PELAS SOMBRAS ultrapassa largamente o formato de "documentário sobre artista" para ser um belíssimo e cúmplice retrato de uma das mais singulares artistas portuguesas.

PROGRAMAÇÃO SUJEITA A ALTERAÇÕES

7/20/2010

“Bright Star”
Impressões de viagem



O amor entre o poeta John Keats e a sua vizinha Fanny Browne foi tratado por Jane Campion em Bright Star, com pudor. Com reverência respeitosa, talvez. Não é um filme extraordinário, mas um bom filme. Campion apropria-se da época vitoriana no countryside inglês, sem grandes alaridos na reconstituição de época, mas a olho nu privilegia uma cuidada e fidedigna recriação de ambiências, levando o espectador a vivenciar aquela época de forma intensa, servida por fotografia e enquadramentos que roçavam a perfeição e talvez por isso se aproximavam perigosamente da pieguice sem nunca lhe tocar.
É um filme intimista, construido com segurança e servido por boas interpretações de actores, pelo menos para mim, desconhecidos, que deixou uma impressão favorável na maioria dos presentes. Mais do que um biopic é uma reflexão sobre o amor e de como a sociedade pode glorificá-lo ou destruí-lo.

Mário Roberto

7/15/2010


Indispensável a qualquer cinéfilo

A visita da Renata from ARTilharia TV on Vimeo.

Mais um momento histórico do 9500 Cineclube. Embora nos corpos directivos deste cineclube constem os nomes de três mulheres, a verdade é que nenhuma delas compareceu a qualquer reunião. Na última tivemos porém o grato prazer de recebermos a visita de Renata Correia Botelho, poetisa, psicóloga e cinéfila, sócia fundadora desta colectividade, a qual, na sequência duma proposta sua , por escrito, em relação ao modelo de programação vigente, convidamos a apresentar e discutir ao vivo e a cores, a sua sugestão. Aqui ficam algumas imagens da reunião.

SESSÃO ESPECIALÍSSIMA > 16 JULHO

CHAPLIN vs KEATON
6 ROUNDS (3 para cada lado)
91 minutos

Moderação: Mário Roberto

*
PÓPULO CAFÉ
Praia do Pópulo

20.30h > 23.30h

PRÓXIMA SESSÃO > 19 JULHO

7/14/2010

A programação do 9500 Cineclube

Muito se tem discutido entre os membros eleitos dos corpos sociais do cineclube (pelo menos, entre aqueles que se dão ao trabalho de ir às reuniões e desempenhar todas as tarefas que possibilitam a ocorrência das sessões) aquilo que deverá orientar a nossa filosofia de programação. Recentemente, uma sócia que não faz (para já) parte dos corpos sociais, a Renata Botelho, juntou-se a nós trazendo ideias e propostas enriquecedoras para esta discussão.
Há posições diferentes entre nós, como seria de esperar e como é, aliás, salutar. É evidentemente uma discussão inacabável que sofrerá alterações de posição de todos os participantes com o decorrer dos tempos. Mas é uma discussão necessária e vital para a actividade do cineclube.
O cineclube programará filmes melhores e filmes piores (e nem quanto a isto nos entendemos completamente pois os critérios de apreciação e classificação têm sempre muito de subjectivo), isso é inevitável, mas o que é importante é que saiba porque razão programa este e não aquele, que faça as sua opções em consciência, e que este processo decorra da reflexão e do sentir que o próprio percurso do cineclube provoque entre os sócios e frequentadores. Frequentar as sessões de um cineclube não é a mesma coisa que frequentar as sessões de uma sala comercial. É muito mais do que isso e, aqui entre nós, é muito melhor do que isso!
Faço aqui um apelo para que surjam mais "Renatas" (salvo seja!). A participação de todos os interessados, aos mais diversos níveis, é importantíssima!
Nem que seja comentando no blogue e no facebook os filmes, as opções e o mais que entenderem.

João da Ponte

7/06/2010

As aventuras de Celadon em Tebas


“Tebas” de Rodrigo Areias que exibimos ontem, a iniciar o ciclo dedicado aos novos realizadores nacionais, embora disfarçado de road movie é mais uma viagem onírica. Só assim se compreende que me tenha sentido instado a empreender uma bela soneca.Mas não o fiz. Consegui resistir à insistência das pálpebras pesadas. E isso porque o filme parecia prometer qualquer coisa de bom. Enganei-me. Não só não prometeu, como cumpriu o que não prometeu. Confuso? Sim, ainda tenho as pálpebras a pesar toneladas, são oito da manhã e ainda estou em Tebas. Se calhar vou juntar-me a quem elege o cinema portugûes como o pior da Europa “quiçá”, (adoro esta palavra)do mundo. E custa-me ver um jovem realizador a fazer um filme que repisa os chavões do filme português ainda que tenha optado pelo surrealismo, menos presente no nosso cinema. Maus diálogos, salvo um ou outro momento mais engraçado, o protagonista mau actor, um anão imperceptível, enfim, a bancarrota, um crash. Mas gostei, vai lá, dos enquadramentos cuidados, da fotografia, das relíquias automóveis(embora luzidias demais) e da música (tão presente que até começou a cansar) de Legendary Tiger Man alter ego de Paulo Furtado que é também um dos protagonistas. Como diz o João da Ponte, nós não fazemos os filmes, só os projectamos. A preceder “Tebas”, pudemos ver “Corrente”, uma curta também de Rodrigo Areias. Preferi a curta à longa. Ah, antes que me esqueça: a opinião acima propalada, não reflecte necessariamente as impressões dos restantes membros da direcção do 9500 Cineclube.

Mário Roberto

6/30/2010

O 9500 ESTEVE LÁ

Na segunda-feira dezenas de profissionais do cinema português reuniram-se no cinema São Jorge num protesto contra a cativação de 20% das verbas a todos os organismos dependentes do Ministério da Cultura, em Lisboa, incluindo assim o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).

Dessa reunião surgiu um comunicado oficial, em que se exige "a revogação imediata na redução de 10% prevista no artigo 49.º do decreto-lei de execução orçamental"; solicita-se à ministra da Cultura que "diligencie de imediato junto do Ministério das Finanças a desactivação dos 20% de receitas próprias do ICA relativos a 2010"; que "consubstancie as suas promessas de uma nova lei do cinema, com propostas concretas e que envolva os representantes do sector com a maior brevidade possível na discussão dessa nova lei e dos novos mecanismos de financiamento do sector que lhe estão inerentes". E convoca-se "todos os artistas e agentes culturais das outras artes para uma reunião pública a realizar na próxima segunda-feira, dia 5, em local e hora a determinar".

Este grupo de profissionais do cinema refere ainda em comunicado: "Não recusamos fazer parte do esforço de combate à crise, na medida em que este seja justo e equilibrado. Não podemos é aceitar uma revisão unilateral dos termos de contratos relativos a projectos cujas despesas estão em grande parte já comprometidas."

Este comunicado de protesto teve 190 signatários, em que se encontram nomes como João Botelho, Rita Blanco, Nuno Lopes, João Canijo, Pedro Costa, Serge Trefaut, Sandra Cóias, João Mário Grilo, Pedro Borges, Luís Urbano, Ivo Canelas ou João Salaviza.

DN Artes

6/29/2010

BIBLIOTECA DE CINEMA

ESTÉTICA DA MONTAGEM de VINCENT AMIEL
Texto & Grafia (2010) | 136 páginas

A montagem no cinema não se resume a uma operação técnica que consiste em cortar e colar pedaços de película para deles fazer um filme; é uma operação complexa que exige criatividade, e que implica uma total proximidade da estética da obra: associar imagens por uma certa ordem, ordená-las segundo o ritmo pretendido, criar rupturas ou continuidade, é aquilo em que consiste a arte da montagem.
O objectivo deste livro é traçar um panorama das diferentes concepções da montagem ao longo da história do cinema, e propor uma análise desta técnica em numerosos domínios da representação.
O autor ilustar a sua exposição com exemplos de montagens de filmes, especialmente de autores como Orson Welles, Alain Resnais ou Maurice Pialat, mostrando em ue medida a evolução das técnicas e das práticas de montagem influência a estética dos filmes.

PRÓXIMA SESSÃO > 5 JULHO


O 9500 CINECLUBE inicia com o jovem realizador Rodrigo Areias um ciclo dedicado aos novos realizadores nacionais.
Numa altura em que tanto se fala das grandes dificuldades financeiras do cinema luso e sua incapacidade em atrair investimentos privados nada melhor do que iniciar este ciclo com Tebas (2007), a primeira longa-metragem de Rodrigo Areias, filmado durante um ano e oito meses, com um orçamento que rondou os 300 mil euros provenientes exclusivamente de investidores privados.

No ínicio da sessão será exibida a última curta-metragem Corrente (2008) que recebeu os prémios:Prémio Especial do Júri do Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira 2008,Prémio RTP "Onda Curta" do FIKE Festival Internacional de Curtas Metragens de Évora 2008,Melhor Curta-Metragem Competição Nacional e Prémio do Público do Curtas Vila do Conde Festival Internacional de Cinema 2008, entre outros.

Tebas é uma adaptação da tragédia clássica de Sófocles, Rei Édipo, com um piscar a Jack Kerouac. Partindo da perda de identidade de uma segunda geração de emigrantes portugueses, Tebas conta a história de um jovem que em busca das suas origens parte de Paris em direcção a Portugal com um camionista beatnik. Mergulha nas profundezas de Tebas num road-movie surrealista.
A banda sonora de `Tebas` é assinada por Paulo Furtado, o líder do grupo de rock Wraygunn, que nas suas produções a solo assume a personalidade de Legendary Tiger Man.

6/26/2010

LIVRO VERDE DAS INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS

Foi o 9500 Cineclube, de Ponta Delgada, amavelmente convidado, e muito agradecemos esse convite, para apresentar uma reflexão e consequente proposta sobre a situação e perspectivas das indústrias culturais e criativas na Região, sob o seu ponto de vista, naturalmente.

No entanto, é preciso que se diga, em primeiro lugar e antes de mais, que na própria definição do chamado “livro verde” se incorre, ainda que de forma camuflada, numa espécie de “pecado original” que tem servido para confundir e agrupar actividades que são, por natureza, diferentes, num mesmo “saco”, viciando e mistificando qualquer apreciação que se possa fazer do “estado geral” da cultura entre nós.

Não dispomos de muito tempo e vamos, portanto, afirmar apenas que as actividades culturais, propriamente ditas, e as actividades, criativas ou não (essa é outra discussão), de animação e entretenimento, são distintas pelas mais variadas razões: desde já pelas preocupações inerentes a umas e a outras; pelos seus diferentes objectivos; e pela sua própria natureza e modus operandi. Isto parece-nos evidente e não iremos elaborar mais sobre este assunto remetendo quaisquer dúvidas que possam existir para o debate que, esperamos, seguirá estas apresentações.

Passando então àquilo que nos parece dever ser o tema desta discussão, temos de começar por dizer que a cultura (industrial, ou não) se encontra entre nós em situação muito precária pese embora o surgimento nos últimos anos de várias associações que desenvolvem uma actividade organizada e, em alguns casos, bastante dinâmica, que antes existia apenas de forma esporádica e pontual. É também de reconhecer o investimento da Região em infra-estruturas culturais que, de alguma forma, têm contribuído para esta dinâmica, sobretudo através de uma, relativamente recente, atitude de abertura à sociedade civil.

Esta actividade, contudo, não invalida o facto de ainda (embora queiramos acreditar que este encontro possa constituir um passo significativo nessa direcção), o facto de ainda, dizíamos, não existir uma política e uma estratégia da Região que visem promover a actividade regular de artistas e agentes culturais nos Açores; que visem formar novos artistas através da aprendizagem de técnicas e correspondente enquadramento teórico facilitando o contacto com os seus pares oriundos de outras regiões (ultraperiféricas ou não); que visem a criação e verdadeira formação de novos públicos para as diferentes áreas de criação artística; que visem possibilitar a regular e condigna apresentação da produção cultural da Região nas 9 ilhas dos Açores bem como no exterior; que visem formar técnicos em áreas complementares à produção cultural; etc.

Ou seja, não só os nossos pintores, escultores, fotógrafos, coreógrafos, bailarinos, realizadores, encenadores, actores, escritores (sejam eles poetas, romancistas ou dramaturgos), mesmo os nossos músicos, embora aqui a situação seja um pouco diferente, ou não se formaram na Região ou são auto-didactas com deficiências na sua formação, como também não encontram na Região quem lhes saiba manusear e montar as peças para uma exposição, iluminar essas mesmas peças de forma profissional, construir os cenários e criar um guarda roupa ou a caracterização de que precisam em complemento à sua arte, entre outras situações que poderíamos também referir.

Procura-se muitas vezes camuflar a falta de um verdadeiro investimento na formação e na actividade regular com investimentos de “encher o olho” ignorando que sem fundações sólidas e adequadas qualquer estrutura, por mais vistosa e grandiosa que possa ser, acaba por não se. Assim nasceu o CCB num país que não tinha na altura sequer livros disponíveis nas escolas, (e a nível regional) assim temos um Teatro Micaelense que não tem uma companhia de teatro residente e agenda quase exclusivamente “produtos ready made” importados do exterior, salvo poucas e honrosas excepções. Também nesta óptica se tem falado ultimamente de, não um, mas dois centros de arte contemporânea para São Miguel, como se com isso se pudesse esconder a escassa produção local neste campo e a insuficiência de incentivos nesta área.

Não se quer com isto significar que não é importante tornar acessível ao público local aquilo que se vai fazendo fora, seja no continente ou no estrangeiro, sobretudo se tal programação corresponder a critérios e políticas claras e definidas. Claro que é! Mas não basta!

Esta é apenas uma componente daquilo que deve ser uma verdadeira política cultural, que tem que assentar, acima de tudo, numa real actividade de base em que se forma e dá condições de trabalho a todos os intervenientes no processo criativo.

É por isto mesmo que iniciativas como o LabJovem reflectem esta lacuna. As dificuldades dos júris em atribuir os prémios têm sido disso prova cabal!

Variadas poderão ser as possíveis abordagens: criação de fundos de capital criativo; apoios à circulação de obras e autores; o facto de o desenvolvimento das indústrias culturais e criativas não ser um assunto exclusivo da Cultura mas poder, e dever, integrar a Economia, a Ciência e Tecnologia e a Educação…

Pela parte que nos toca, e neste contexto pouco animador, pensamos ser absolutamente prioritário a criação de uma, duas ou mesmo três, escolas profissionalizantes (à semelhança da Restarte, da ETIC ou da Oficina em Famalicão, por exemplo) que possam formar artistas e técnicos nas diferentes vertentes da produção cultural, dando-lhes equivalência ao 12º ano de escolaridade mas privilegiando inequivocamente a vocação artística dos seus currículos e dos seus alunos, conforme as áreas de formação incluídas na Reforma do Ensino Profissional instituída pelo Decreto-Lei 74/2004: Artes do Espectáculo; Audiovisual e Produção dos Media; e Design.

O 9500 Cineclube, de Ponta Delgada, propõe, então, uma escola, pública ou privada, onde se formem realizadores, cinematógrafos, actores, iluminadores, maquinistas, produtores, caracterizadores, figurinistas, argumentistas, montadores, enfim, todas as profissões relacionadas com o cinema e o audiovisual, da qual sairiam profissionais capazes de integrar o mercado de trabalho, e aqui, para além da televisão regional que está neste momento a ser posta em causa mas cujo futuro deve ser defendido e garantido, deverá ser promovida a produção regional pois, a par de outras artes, o cinema e o audiovisual em geral são uma manifestação essencial da identidade de um povo, do seu posicionamento no mundo e da sua percepção de si próprio e daquilo que o rodeia. Não sendo esta uma escola superior de cinema, poderia formar técnicos bem apetrechados para toda uma série de profissões associadas ao cinema e ao audiovisual criando uma nova geração apta a estagiar e, mais tarde, integrar de pleno direito qualquer equipa a trabalhar em Portugal ou no estrangeiro.

Esta escola, direccionada exclusivamente para esta área de actividade cultural ou integrando outras “artes”, seria uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento da actividade cultural na Região, contribuindo para o aparecimento de novos criadores, profissionais ligados ao sector e novos públicos.

…Até porque, e tal como aconteceu noutras pequenas cidades do país, será o ensino artístico que poderá dar o necessário impulso para o futuro dos Açores como Região Criativa.


* Texto lido por João da Ponte na sessão pública de discussão e apresentação de contributos para o Livro Verde - Realizar o Potencial das Indústrias Culturais e Criativas, que decorreu no dia 24 de Junho, no auditório da BPARPD.

6/22/2010

A história recente do Irão contada como se fossemos adultos

Persépolis é um filme que nos atinge violentamente e o mais engraçado é que deve ser das poucas vezes em que gostamos de ser alvejados assim. Conta a história (verdadeira) da pequena Marjane que atravessa as convulsões iranianas dos anos setenta e vai forjando a sua consciência social e politica ao longo da adolescência até se tornar uma mulher. Também a história recente do Irão e no fundo a história recente do mundo em que os homens mesmo depois de tantos milhares de anos, continuam a comportar-se de forma estúpida. É um desenho animado para adultos que as crianças devem ver. Terno, violento, cáustico, esclarecedor, bem humorado, apaixonado, bem contado, em suma um dos melhores trabalhos que este cineclube deu a ver ao seu público. O cinema é também isso : uma chave que nos abre as portadas da consciência.

Mário Roberto

6/08/2010

CADA UM O SEU CINEMA | LARS VON TRIER

CADA UM O SEU CINEMA | TSAI MING-LIANG

CADA UM O SEU CINEMA | HOU HSIAO-HSIEN

CADA UM O SEU CINEMA | TAKESHI KITANO

CADA UM O SEU CINEMA | ZHANG YIMOU

CADA UM O SEU CINEMA | DAVID LYNCH

A cada um o seu cineclube





Faz sentido termos um cineclube em Ponta Delgada? Eu diria que sim mas gostava de saber a vossa opinião. Já agora, o nosso mail é 9500cineclube@gmail.com. Mandem-nos sugestões. Gentis presentes também servem (galinhas, bananas, milho que podemos arrematar) e donativos, porque não? Sabiam que há uma modalidade em que por cem euros anuais poderão assistir a todos os nossos filmes sem ter de pagar o bilhete e ainda ter o vosso lugar cativo? Pois é, aproveitem. Se não souberem que uso haverão de dar ao vosso dinheiro, invistam em cultura. Parece que é o que está a dar. Fala-se em cidades culturais, em indústrias da cultura, por isso contribuam. Nem que seja para estarem na moda. Na minha opinião um cineclube é sinal de cultura. E que é um povo que não investe na sua cultura? Eu poderia dizer que é um calhau, já que não me consta que as pedras possuam alguma cultura. Mas não vou dizer isso. Sou demasiado bem educado para andar por aí a insultar as pessoas. Mas por acaso gostava que se percebesse o papel identificativo e basilar da cultura e de como é importante produzir e consumir cultura. Talvez tão importante como o pequeno almoço. Ver a telenovela é consumir cultura. desde que faça pensar. Alguns dos filmes do cineclube também podem fazer o espectador pensar : “Que grande seca”. Mas a verdade é que a nossa preocupação é programar obras que não sejam necessariamente chatas mas que dalguma forma induzam o espectador a interrogar-se. Ao contrario do que se possa pensar, a programação cineclubistica não é sisuda. O humor é fundamental. Provavelmente não faz é concessões ao riso alarve embora os pioneiros do cinema o tenham utilizado – veja-se o caso do “l’arroseur arrosé” dos irmõs Lumiére. Ontem, assisti a 33 curtas metragens integradas no projecto Chacun son cinema. Gostei mais dumas do que de outras. Como um filme de Elia Suleiman, que pratica um humor corrosivo fazendo habitualmente uso da sua personna imperturbável face a situações absurdas. Ou o humor negríssimo de Lars Von Triers que “despacha” um espectador inoportuno.
Daqui a duas semanas será a vez de Persepólis, um filme de animação mais do que comprometido. Não falhem.

Mário Roberto

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