6/08/2010

A cada um o seu cineclube





Faz sentido termos um cineclube em Ponta Delgada? Eu diria que sim mas gostava de saber a vossa opinião. Já agora, o nosso mail é 9500cineclube@gmail.com. Mandem-nos sugestões. Gentis presentes também servem (galinhas, bananas, milho que podemos arrematar) e donativos, porque não? Sabiam que há uma modalidade em que por cem euros anuais poderão assistir a todos os nossos filmes sem ter de pagar o bilhete e ainda ter o vosso lugar cativo? Pois é, aproveitem. Se não souberem que uso haverão de dar ao vosso dinheiro, invistam em cultura. Parece que é o que está a dar. Fala-se em cidades culturais, em indústrias da cultura, por isso contribuam. Nem que seja para estarem na moda. Na minha opinião um cineclube é sinal de cultura. E que é um povo que não investe na sua cultura? Eu poderia dizer que é um calhau, já que não me consta que as pedras possuam alguma cultura. Mas não vou dizer isso. Sou demasiado bem educado para andar por aí a insultar as pessoas. Mas por acaso gostava que se percebesse o papel identificativo e basilar da cultura e de como é importante produzir e consumir cultura. Talvez tão importante como o pequeno almoço. Ver a telenovela é consumir cultura. desde que faça pensar. Alguns dos filmes do cineclube também podem fazer o espectador pensar : “Que grande seca”. Mas a verdade é que a nossa preocupação é programar obras que não sejam necessariamente chatas mas que dalguma forma induzam o espectador a interrogar-se. Ao contrario do que se possa pensar, a programação cineclubistica não é sisuda. O humor é fundamental. Provavelmente não faz é concessões ao riso alarve embora os pioneiros do cinema o tenham utilizado – veja-se o caso do “l’arroseur arrosé” dos irmõs Lumiére. Ontem, assisti a 33 curtas metragens integradas no projecto Chacun son cinema. Gostei mais dumas do que de outras. Como um filme de Elia Suleiman, que pratica um humor corrosivo fazendo habitualmente uso da sua personna imperturbável face a situações absurdas. Ou o humor negríssimo de Lars Von Triers que “despacha” um espectador inoportuno.
Daqui a duas semanas será a vez de Persepólis, um filme de animação mais do que comprometido. Não falhem.

Mário Roberto

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