7/06/2010

As aventuras de Celadon em Tebas


“Tebas” de Rodrigo Areias que exibimos ontem, a iniciar o ciclo dedicado aos novos realizadores nacionais, embora disfarçado de road movie é mais uma viagem onírica. Só assim se compreende que me tenha sentido instado a empreender uma bela soneca.Mas não o fiz. Consegui resistir à insistência das pálpebras pesadas. E isso porque o filme parecia prometer qualquer coisa de bom. Enganei-me. Não só não prometeu, como cumpriu o que não prometeu. Confuso? Sim, ainda tenho as pálpebras a pesar toneladas, são oito da manhã e ainda estou em Tebas. Se calhar vou juntar-me a quem elege o cinema portugûes como o pior da Europa “quiçá”, (adoro esta palavra)do mundo. E custa-me ver um jovem realizador a fazer um filme que repisa os chavões do filme português ainda que tenha optado pelo surrealismo, menos presente no nosso cinema. Maus diálogos, salvo um ou outro momento mais engraçado, o protagonista mau actor, um anão imperceptível, enfim, a bancarrota, um crash. Mas gostei, vai lá, dos enquadramentos cuidados, da fotografia, das relíquias automóveis(embora luzidias demais) e da música (tão presente que até começou a cansar) de Legendary Tiger Man alter ego de Paulo Furtado que é também um dos protagonistas. Como diz o João da Ponte, nós não fazemos os filmes, só os projectamos. A preceder “Tebas”, pudemos ver “Corrente”, uma curta também de Rodrigo Areias. Preferi a curta à longa. Ah, antes que me esqueça: a opinião acima propalada, não reflecte necessariamente as impressões dos restantes membros da direcção do 9500 Cineclube.

Mário Roberto

2 comentários:

Unknown disse...

Caro Mário,
Ao que parece, o teu ponto de vista corresponde mesmo, grosso modo, ao sentimento geral de quem viu o filme de ontem. Julgo que nimguém gostou (nem tu e eras a minha última esperança!).
Parece-me, no entanto, importante que o cineclube vá divulgando os novos filmes e realizadores portugueses que de outro modo desconheceriamos em absoluto. Entre estes haverá uns melhores e outros piores, necessariamente.
Talvez a sugestão da Renata (em mail enviado para o cineclube), de que este ciclo deva procurar fugir às sessões regulares e que estas devem ser apostas seguras, faça algum sentido!
É assunto para reflectirmos.
Já agora, gostei da curta.

Vitor Marques disse...

Como prometido em mail resposta
à Renata debruçar-nos-emos sobre as suas sugestões na próxima reunião. Houvesse outros sócios e amigos do cineclube que nos fizessem saber as suas opiniões e sugestões...


rings